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sexta-feira, 12 de dezembro de 2008


Pedaço de mim

Passeio a imaginação pelos pedaços de chuva
que as nuvens cospem desordenadamente
Passeio os olhos pelos pedaços de sol
que hoje teima em não sorrir.
E passeio as minhas mãos pelo pedaço de
ti que lembro terna e suavemente
E que teimo em agarrar em mim para
que não possas partir...
Culpo a chuva pelas lágrimas que me
escorrem da alma em cada madrugada
Engano o rosto com sorrisos pintados
em frescos que classifico de abstractos...
E são maus-tratos os silêncios das melodias
que teimas em cantar aos meus ouvidos...
Tentas a negação de todas as formas de
arte que comigo pintaste com sabor a gemidos,
Gracejas talvez dos dias em que corrias atrás
do som melodioso das palavras...
E te deitavas nelas num completo acto
de abandono e de súplica...
Transformaste-as, em apenas um segundo,
num monte de cacos
E acreditas que basta que se cale o rei
para que se implante a republica!
Fazes-me lembrar, com pena, podes crer,
os Guardiães do Templo...
Que te sigam os que na vida esquecem
o valor da dignidade humana,
E os que mais não sabem do que viver ao sabor do vento!
(AD)

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